(A)Riscar o Património do Alto de São Bento a São Bento de Cástris, Évora

Ponto Encontro: Alto de São Bento, às 10h00

Anfitrião: Luís Ançã

 

PROGRAMA:

10H00 Alto de S. Bento;

13h00 Almoço;

14h30 São Bento de Cástris;

17h30 Partilha de desenhos e foto de grupo.

 

O Alto de S. Bento é a “colina irmã” de Évora, o “miradouro natural” da cidade, de onde se avistam os limites da “plataforma de Évora”, as serras de Ossa, Portel-Mendro, Viana, Alcáçovas e Montemor- Monfurado.

O sítio do Alto de São Bento posiciona-se na transição entre uma paisagem de carácter urbano, sendo aqui o limite a noroeste dos bairros da cidade, e uma paisagem com características mais rurais. A presença de afloramentos rochosos, flora arbustiva e densamente arborizada confere a esta paisagem características que a evidenciam face ao território envolvente. A distância relativamente curta ao núcleo urbano e a disponibilidade de recursos naturais (água, vento, caça, vegetação, rochas) desde sempre tornaram este espaço atractivo para exploração destes recursos o que levou a uma simbiose muito particular entre o património natural e o património construído.

Neste território existem registos de ocupação humana muito antiga, tendo sido um importante povoado no Calcolítico no III Milénio a.C., havendo também vestígios de ocupação durante a transição do período Mesolítico para o Neolítico (período da sedentarização das populações) no V e VI Milénios a.C.. No entanto, este território assume relevância na história da cidade, ao ser referida a tradição de por aqui ter havido uma torre que terá sido tomada pelo Geraldo, o Sem Pavor, aquando da conquista da cidade em 1163 aos muçulmanos. Esta torre terá sido posteriormente integrada no mosteiro que deu nome à colina (séc. XIII), uma das primeiras casas religiosas femininas do sul de Portugal. O Mosteiro de São Bento de Cástris localiza-se junto a um antigo caminho que ao longo da Idade Média foi o principal acesso à cidade (caminho para Lisboa) e onde se vieram a instalar outras casas religiosas – Convento da Cartuxa, Convento do Carmo (já desaparecido) e Convento de Santo António da Piedade (erguido no Forte de Santo António).

A paisagem envolvente à cidade reflecte na sua construção a evolução da urbe, os seus ciclos de vida, a sua riqueza, os sistemas produtivos. O Alto de São Bento inscreve-se neste território periurbano, ocupado por quintas de pequena e média dimensão que abasteciam da cidade de frescos, quintas de produção e recreio, algumas com valor patrimonial, onde se praticava uma policultura intensiva e constituindo um mosaico diversificado (hortas, pomares e olivais, arvenses de sequeiro e de regadio), contrastando com a paisagem envolvente mais homogénea. Com efeito, estão presentes nesta zona diversos valores naturais, paisagísticos e arquitectónicos, nomeadamente a chamada “zona verde monumental” na envolvente do Aqueduto da Água da Prata – Convento da Cartuxa, Forte de Santo António – e diversas quintas – São Caetano, dos Frades da Graça, Caldeireiros, Chantre, Glicínias. É igualmente notória a forte relação visual directa com a cidade intramuros.

Sugestões de representação: perfil da cidade e da sua envolvente, quintas e montes, moinhos, azinhagas, casas senhoriais e cercas conventuais, aqueduto, capelas, montados e pastagens.

 

Organização: Évora Sketchers