Ponto de Encontro: Praça dos Claras (Torres Novas) às 10h00

OS TRILHOS DA “RATA CEGA”

A “Rata Cega” marca a história de Torres Novas e dos torrejanos, fazendo actualmente parte do seu património histórico-ferroviário, embora já extinto.

A “Rata Cega”, ou o “Comboio Menino”, como também era conhecido, foi um comboio que fazia a ligação ferroviária entre a Estação de Riachos/Torres Novas/Golegã, na Linha do Norte, e a vila de Alcanena. O primeiro troço deste trilho ferroviário, abriu em 16 de Maio de 1889, tendo o restante sido totalmente terminado e inaugurado a 1 de Fevereiro de 1893. Devido à crise financeira de 1890 todos os serviços desta linha foram suspensos em Junho de 1893! Foi uma existência breve, com muitos percalços e descarrilamentos.

Alguns defendem que funcionou durante cinco meses e outros apontam para um prazo mais longo, três anos.

Artur Gonçalves, nas suas “Memórias de Torres Novas”, refere que após a passagem por Riachos, os passageiros iam subindo e descendo nas estações de serviço situadas no final da Rua das Freiras, em Torres Novas, na Bela Vista ou Alto da Senhora da Vitória, na Ribeira Branca, na Zibreira, na Gouxaria e, por último, à entrada do chamado bairro do Lavradio, em Alcanena.

Aproveitando uma das zonas urbanas por onde passava a “Rata Cega”, na actualidade, parte da Rua da Várzea, Largo de Santo André, ruas Almirante Reis, Serpa Pinto, Largo da Rua Nova e Rua Actriz Virgínia, após obras de requalificação destes locais, foram colocados elementos na via, simbolizando a existência dos antigos carris. À parte disto, há já vários anos que se pode observar num prédio situado na Rua Serpa Pinto, um painel de azulejos alusivo à Companhia de Caminho de Ferro de Torres Novas a Alcanena e à sua “Rata Cega”.

Por tudo isto, e contribuindo, através da nossa actividade, para perpetuar esta história, consideramos ser, ao que vamos chamar “Os Trilhos da Rata Cega”, o local ideal para a realização da 8.ª edição do (a)Riscar o Património.