(a)Riscar o Património na Malagueira, Évora
25 de Setembro, às 10h00
Ponto de Encontro – Bairro da Malagueira, Évora, às 10h00
Anfitrião – Luís Ançã
Bairro da Malagueira
O plano-projeto da Malagueira, da autoria de Álvaro Siza Vieira, foi iniciado em 1977 e inseriu-se num plano mais vasto de expansão urbana para oeste. O plano-projeto previu a construção de 1200 fogos em 27 ha e foi concretizado ao longo das décadas seguintes através de um conjunto de programas de promoção pública, sendo os fogos construídos pelo estado, pelo município, por diversas cooperativas de habitação e pelo sector privado, programas esses que responderam à carência de habitação que se verificava em Évora na década de 1970.
A intensão primeira do plano foi dar continuidade ao tecido edificado intramuros, reinterpretando a arquitetura tradicional e popular, do Centro Histórico de Évora, dos bairros periféricos de génese espontânea, e das construções dos montes alentejano.
O plano da Malagueira assentou em três ideias base: um eixo viário este-oeste que fez a ligação à cidade intramuros, uma infraestrutura (o aqueduto) que percorre todo o bairro e articula os diferentes conjuntos edificados e o contraste entre conjuntos edificadosde alta densidade e os espaços livre, incluindo os espaços verdes, onde pontuam equipamentos. Neste sentido, a envolvente à ribeira da Torregela foi transformado num espeço verde com imagem fortemente cenográfica que permite contemplar o bairro, a antiga quinta da Malagueira e a cidade intramuros.
Os edifícios de habitação foram projetados em lotes de 12mx8m e agrupam-se em quarteirões compactos. A organização dos fogos é dominantemente feita segundo a tipologia de casa-pátio, respondendoàs exigências do clima da região. Os fogos respeitam quatro tipologias (casa-pátio e alguns fogos em banda), com variantes, tendo algumas delas um carácter evolutivo.
A reinterpretação da gramática arquitetónica regional exprime-se nas formas puras enos volumes claros, no predomínio dos cheios sobre os vazios, na exiguidade dos vãos e na valorização formal da chaminé à face, enfatizada pelo revestimento branco.
Arq. Eduardo Miranda